Estratégias de Controle de Pragas na Cultura da Physalis

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A physalis, uma frutífera exótica da família Solanaceae, tem ganhado destaque no cenário agrícola brasileiro. Com um cultivo relativamente simples e alto valor agregado, sua expansão é promissora. No entanto, o sucesso dessa cultura é frequentemente ameaçado pela incidência de diversas pragas, que incluem insetos e ácaros fitófagos, os quais podem reduzir drasticamente a produtividade. O manejo eficaz dessas pragas é crucial para garantir a saúde das plantas e a qualidade dos frutos, assegurando o retorno financeiro para os produtores.

Entre as pragas mais comuns, destaca-se a pulga-do-fumo (Epitrix spp.), um pequeno besouro cujos adultos perfuram as folhas da physalis, especialmente após o transplante das mudas, retardando o crescimento. Para combater essa praga, pode-se usar a calda bordalesa, conhecida por seu efeito repelente e fungicida. Outro inseto prejudicial é a lagarta da mandarová-do-fumo (M. sexta paphus), que se alimenta das folhas jovens. O controle biológico, com produtos à base da bactéria Bacillus thuringiensis, é uma alternativa eficaz para essa lagarta.

Os percevejos também representam uma ameaça significativa. O Edessa rufomarginata, por exemplo, suga a seiva dos ramos, causando amarelecimento e engrossamento do caule, além de necrose foliar. Curiosamente, essa espécie não afeta os frutos. O manejo desse percevejo pode ser feito através do controle biológico natural, com a ocorrência de inimigos naturais como dípteros e himenópteros, que atuam como predadores ou parasitoides.

Já o percevejo-do-tomateiro (Phthia picta) prefere os frutos da physalis, causando perfurações e deformidades, o que leva a um amadurecimento irregular e apodrecimento precoce. Altas temperaturas e baixa umidade favorecem seu desenvolvimento. Para o controle, são recomendadas caldas inseticidas naturais, como as preparadas com pimenta-do-reino, alho, álcool e sabão neutro, ou com urtiga verde. É importante também evitar o cultivo consorciado com outras solanáceas e cucurbitáceas, que são hospedeiras dessa praga.

A cochonilha-branca ou farinhenta (P. citri) suga continuamente a seiva das plantas, produzindo honeydew que atrai formigas e favorece o desenvolvimento de fumagina, que reduz a fotossíntese e deprecia os frutos. Sua dispersão é facilitada por formigas, vento, implementos agrícolas e mudas infestadas. O controle pode ser feito com caldas à base de sabão de coco, fumo e pimenta malagueta, semente de mostarda ou calda sulfocálcica. Óleos minerais e vegetais também são eficazes, mas exigem atenção à concentração e ao horário de aplicação para evitar fitotoxidez.

Finalmente, a cigarrinha-verde (Empoasca sp.) ataca a face inferior das folhas, causando amarelamento, enrugamento e necrose, além de abortamento de flores. A injeção de toxinas por esse inseto reduz a qualidade nutricional da planta. O monitoramento com armadilhas adesivas amarelas e o uso de extrato aquoso de neem (Azadirachta indica) são estratégias importantes para controlar essa praga. Além disso, ácaros fitófagos como o ácaro-rajado (Tetranychus urticae) e o ácaro-vermelho (Tetranychus ludeni) também perfuram as células vegetais, causando manchas e queda na produção de frutos, exigindo um controle fitossanitário integrado e contínuo para manter a cultura da physalis saudável e produtiva.

Em suma, a produção de physalis no Brasil, embora promissora, demanda um cuidadoso manejo fitossanitário para combater diversas pragas. A implementação de estratégias integradas, que combinem métodos biológicos, o uso de caldas naturais e um monitoramento constante, é essencial para proteger a cultura, otimizar a produtividade e garantir a sustentabilidade do cultivo. A prevenção e o controle eficaz dessas ameaças são fundamentais para o sucesso dos produtores.

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